quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Por que trabalho tanto e os resultados parecem nunca ser suficientes?!

Por que muitas vezes nos deparamos com pessoas que trabalham exaustivamente, mas ao final do dia são cobradas por metas que não alcançaram? O que causa esse excesso na carga de trabalho? De onde vem a necessidade de provar a própria capacidade? Como ter equilíbrio entre o trabalho e as demais atividades do dia a dia? Você se sente pressionado no seu trabalho, ou a cobrança parte de você? Como você avalia a sua equipe? Você se considera um profissional com foco no resultado e disciplinado, ou você é uma pessoa extremamente esforçada, dedicada, que trabalha incessantemente, mas não produz tanto assim? 



Pelas conversas com amigos, empresários e pessoas que atuam nas áreas de gerenciamento organizacional, tenho percebido cada vez mais a necessidade de preencher, no trabalho, "algo que falta", Na maioria dos casos, esse preenchimento é feito com o acúmulo de diversas tarefas, que demandam mais tempo que o disponível por quem as assume e que nem sempre são condizentes com as capacidades de quem as executam. Exemplo clássico desse tipo de situação são os supervisores e gestores que passam todo o dia resolvendo problemas pontuais de pequena complexidade, ou mesmo atuando em funções diretamente operacionais, mas que ao final do expediente fazem discursos inflamados sobre como trabalharam e como são atarefados. Quando são cobrados sobre alguma meta, têm vários desculpas argumentos para justificar o porquê de não terem cumprido o combinado, justificando os fracassos com a sua "falta de tempo" para atender a toda a demanda de trabalho. 

Pode-se afirmar que o acúmulo de tarefas é uma característica da economia, visto que as empresas buscam cada vez mais a redução nas suas despesas. Dentre outras maneiras, essas reduções são alcançadas com equipes mais enxutas e que conseguem executar no menor tempo possível o máximo de trabalho. Entretanto, nesse contexto, algumas variáveis não são consideradas pelas diretorias, como a qualidade do serviço que é feito e a carência de planejamento e pensamento estratégico dentro das organizações. E ainda mais profundo que essas variáveis desconsideradas: até que ponto o acúmulo de tarefas é uma característica da economia e não uma prova da incapacidade dos profissionais que ocupam os cargos de nível estratégico dentro das organizações? 

Esses profissionais "sobrecarregados" levam aos seus superiores hierárquicos de forma embasada e devidamente formalizada as dificuldades das situações de trabalho que conduzem? Conseguem demonstrar claramente a necessidade de contratação de algum funcionário, com números e justificativas financeiras para a organização? Têm a capacidade de argumentar satisfatoriamente com dados precisos justificando investimentos e seus pontos de vista, ou são completamente empíricos e se baseiam apenas no feeling, na percepção visual e na "famosa" experiência de anos realizando o trabalho? Conseguem sustentar argumentos, identificar problemas e propor alternativas de soluções, ou simplesmente apontam dificuldades como se não fossem os responsáveis por solucioná-las? Esses são questionamentos que devem ser feitos por todos aqueles que se sentem sobrecarregados, ou que conduzem equipes cujos líderes têm esse perfil. Eles são realmente as pessoas certas para as funções?



É compreensível que se comprometer com muitas tarefas e centralizar informações provoquem, a quem o faz, a sensação de ser um super herói indispensável à organização. Para a pessoa que faz todos esses compromissos, essa sensação chega a ser prazerosa, pois age como se todos dependessem dele. Contudo, essa é uma perigosa ilusão, tanto para a pessoa que assumiu os compromissos quanto para a organização. Esse tipo de atitude retarda processos, engessa a tomada de decisões e causa diversas falhas dentro da organização. Por melhor que seja um profissional dentro de suas atribuições, a partir do momento que ele assume mais responsabilidades do que pode desempenhar, ele irá falhar, e essas falhas tendem a comprometer diretamente todo o resultado do processo. Além disso, demonstra a falta de competência, falta de formação, de conhecimento e de habilidade para pensar de forma sistêmica e estratégica, tanto da organização quanto da pessoa que assume os compromissos. São condutas de pessoas que não conseguem organizar as suas rotinas, suas tarefas e delegar com confiança, enfim, ter atitudes que de fato irão trazer resultados concretos. 

Apesar de ser um problema sério e não tão raro, dificilmente é diagnosticado e tratado pelas empresas. Suas consequências são extremamente negativas, pois, para o funcionário, além de ser prejudicial para a sua qualidade de vida no trabalho, compromete negativamente os resultados de sua equipe. Para a organização, esse tipo de situação é traduzido em forma de prejuízo financeiro, visto que em diversas situações são necessários esforços extras para a realização de trabalhos que, com algum nível de estratégia, poderiam ter sido executados com muito mais tranquilidade e até mesmo menos tempo. 



De forma geral, os profissionais dedicam pouco tempo do seu dia para observar e pensar sobre como as atividades são executadas e os processos são gerenciados. Como exemplo, partamos do princípio de que um funcionário tenha uma função de apertar parafusos em uma linha de produção. Esse funcionário tem um nível máximo de trabalho que pode desempenhar. Caso a demanda ultrapasse esse nível máximo, que pode ser mensurado com os cálculos de tempo padrão para operação, ele não conseguirá executar a tarefa, a não ser que sejam feitos estudos para alterar os seus métodos e ferramentas de trabalho, A função dos cargos de supervisão e gerência deveria ser justamente esta: verificar o posto de trabalho, observá-lo, descrever a função e verificar a melhor forma de ela ser executada. Feito isso, com a função já sendo executada, deveriam tentar identificar possibilidades de melhoria no processo de tal forma que tornassem o trabalho mais prazeroso para o funcionário e que demandasse menos tempo, ou seja, que o tornassem mais eficiente.

Entretanto, o que acontece na realidade?

Suponhamos que o supervisor seja responsável por uma equipe de 15 pessoas: quando vê que algum funcionário está sobrecarregado, auxilia-o na operação, passando a ser mais um operador e deixando os outros 14 funcionários sem supervisão. Esse tempo que demanda para a execução da operação junto ao seu subordinado é debitado do tempo que tem disponível para supervisionar efetivamente, e é aí que começam alguns dos grandes problemas organizacionais, pois há uma tendência de que o supervisor se acostume com aquela situação, assumindo para si a tarefa de "auxiliar" o seu subordinado, mesmo que seja com uma tarefa extremamente simples, como apertar um parafuso. O supervisor poderia observar a situação, poderia medir os tempos para execução, calcular quanto custaria a contratação de um novo funcionário para a empresa, verificar se alguma outra pessoa de seu setor teria tempo ocioso que poderia ser utilizado para auxiliar aquele funcionário, levar propostas à gerência/diretoria de alteração no processo de trabalho, mas muitas vezes prefere abaixar a cabeça e executar a tarefa. Prefere assumir mais uma tarefa, para que ao final do dia se sinta realizado pela sua "dedicação incontestável" ao trabalho e à empresa. 

Qual a razão disso? 

O primeiro motivo é que é muito mais fácil "apertar um parafuso" do que pensar em qualquer uma das alternativas mencionadas anteriormente. O segundo é que muitas vezes os supervisores e gerentes não são devidamente capacitados para as funções que deveriam desempenhar. O resultado de todo esse contexto é catastrófico, pois a organização não conta com os supervisores e gestores atuando nas funções para as quais são contratados e os funcionários não são devidamente orientados no processo. Se fosse para contratar um auxiliar que "apertasse os parafusos", provavelmente o salário desse funcionário não seria o mesmo que o de um supervisor responsável pelo acompanhamento dos 15 funcionários. Dessa forma, sem muitos cálculos, é possível identificar o prejuízo que é para uma empresa quando pessoas com cargo de gerência e liderança assumem funções para as quais não estão designados. É um resultado em que todos se desgastam, trabalham excessivamente, mas que não alcançam os resultados propostos, ficando todas as partes envolvidas frustradas e insatisfeitas. Os gestores ficam insatisfeitos pela carga de trabalho que pensam ter (visto que assumiram tarefas que não são suas de fato), e a diretoria fica insatisfeita por não ter os resultados de que precisa, visto que esses resultados dependem da atuação de toda a sua equipe com cada um executando a sua função.

É extremamente importante que você tenha sempre consciência sobre qual a sua função dentro de uma organização e da sua importância para o funcionamento de todo o processo. Não seja tentado pela ilusão de que o esforço físico o fará ser mais reconhecido, nem queira compensar suas incapacidades com acúmulo de tarefas. Entenda a sua função, compreenda-a com clareza e a execute com excelência. Faça o melhor que puder naquilo que lhe é pedido, procure se capacitar e fazer benchmarking com empresas e colegas de trabalho que possam lhe acrescentar meios de ser melhor naquilo que você faz, mas não queira jamais se sobrecarregar com várias tarefas simples que não são de fato suas para compensar a sua incompetência no que, de fato, é sua responsabilidade. Tenha a humildade de assumir a sua incapacidade caso lhe seja solicitada uma tarefa que não consiga desempenhar, mas não camufle essa situação assumindo tarefas de menor complexidade, pois isso não é conduta de um bom profissional. Honestidade, sempre. 

Você se identifica com alguma das situações acima? Conhece pessoas que deveriam ter conhecimento sobre esse assunto? Acha que é importante para a sua equipe? Já teve experiências semelhantes no ambiente de trabalho?! Tem uma opinião diferente?


Conte-nos através dos comentários! 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Qual deve ser o seu salário para compensar o valor investido na graduação?


O número de pessoas com curso a nível superior tem aumentado muito nos últimos anos. Parte deste crescimento pode ser explicado pelo aumento da exigência por profissionais mais qualificados no mercado de trabalho e parte pelas políticas de incentivo do governo federal, que concedem subsídios parciais e totais aos estudantes, É, de certa forma, um consenso que a formação de um profissional em uma instituição particular de ensino seja um investimento considerável em termos financeiros, logo, é comum que a opção por investir em um curso superior esteja vinculada à perspectiva de um salário melhor após o término da graduação, mas será que isso acontece de fato? E qual deve ser o retorno financeiro mensal para tornar o investimento viável? Em quanto tempo se paga o valor investido para conclusão da graduação a nível superior? Quando você escolhe o curso que vai fazer, tem consciência desses valores e de como essa escolha terá influência na sua vida pessoal e profissional?


Para ilustrar este estudo, vamos simular de quanto deve ser o salário de uma pessoa após a conclusão da graduação em função do tempo em que será pago o valor investido no curso. Em relação a quanto será o salário, não se trata do que a pessoa merece receber como pagamento pelos serviços prestados, mas sim a consideração apenas no âmbito tempo/retorno. Para tal, será considerada uma situação-problema onde o aluno pague uma mensalidade de R$ 1.350,00, tenha despesas mensais de R$ 150,00 com transporte, R$ 100,00 com livros e xerox, R$ 100,00 com alimentação e que a duração do curso seja de 5 anos. Vamos, ainda, considerar que esse aluno complete o processo de graduação sem ser reprovado em nenhuma disciplina no intervalo de tempo. 

Para analisar a situação, deve-se primeiro fazer uma simulação de quanto renderia este valor aplicado, por exemplo, na poupança, considerando uma taxa de rendimento de 0,55% ao mês. O motivo do investimento na poupança ser a referência para avaliação é justificado pelo fato de ser o tipo de investimento mais comum no Brasil, apesar de não ser nem de longe o mais rentável. O valor total gasto por mês é de R$ 1.700,00. Para facilitar estes cálculos, pode-se executá-los em uma planilha excel, de acordo com a seguinte fórmula de Valor Final: 

=VF(0,55%;60;-R$1.700,00;0;0)

O resultado para a simulação acima é R$ 120.469,10.

Isto significa que, caso o valor destinado à graduação tivesse sido aplicado mensalmente na poupança, teria-se no final do período de 5 anos o valor acumulado de R$ 120.469,10. Entretanto, como o estudante não optou por fazer os depósitos mensais na caderneta de poupança durante os cinco anos, ele não terá essa quantia. O objetivo agora é verificar qual deverá ser o acréscimo no seu salário para que ele pague o valor investido em um determinado intervalo de tempo.

Para ilustrar os cálculos desse problema, vamos partir do pressuposto de que o aluno queira pagar os custos que teve com a graduação em um intervalo de quatro anos, ou seja, quarenta e oito meses. A taxa de rendimento da poupança será considerada como na situação anterior, de 0,55% ao mês. Para facilitar os cálculos, pode-se utilizar a função PGTO disponível no software Excel.

=PGTO(0,55%;48;-R$120.469,10;0;0).

O resultado para a simulação acima é R$ 2.862,48.

Isso significa que para recuperar os R$ 120.469,10 que foram investidos no curso de graduação, o salário do estudante deverá ser acrescido, após formado, do valor de R$ 2.862,48. Isso é o aumento que ele deverá ter considerando que o valor investido no curso será pago no período de quatro anos. Caso esse período para recuperação seja maior, o valor a ser acrescido mensalmente será menor, por exemplo, considerando que o retorno do valor investido fosse esperado em cinco anos, o aumento mensal no salário deveria ser de R$ 2.362,76.



Esse é um cálculo que tem o objetivo de demonstrar aos estudantes a importância de planejarem a sua carreira profissional, desde o momento de escolha do curso para graduação. Ter suas metas financeiras bem definidas é fundamental para que o estudante possa administrar seus recursos e se preparar de tal forma que tenha sucesso na sua vida profissional.

É normal que o estudante recém-formado tenha o salário mais baixo que um profissional mais experiente, mas esses rendimentos tendem a aumentar com o passar do tempo, pois adquire-se mais conhecimento com o exercício da função para a qual se preparou. Além disso, o estudo feito considera apenas a viabilidade econômico financeira, mas ignora outras vantagens que não podem ser mensuradas de forma tão direta, tais como o desenvolvimento cultural do indivíduo, a melhoria do ambiente e das condições de trabalho, o aumento nas oportunidades de trabalho, melhor entendimento sobre várias situações cotidianas, amadurecimento como cidadão e o prazer de aprender.

Faça a adaptação para o seu caso particular! Você já fez o curso de graduação? Consegue estimar os valores que foram gastos? Houve reconhecimento financeiro com a conclusão da graduação? Foi promovido? Ou mesmo para quem não iniciou o curso de graduação, vale a dica para calcular o valor que será investido! 

segunda-feira, 6 de junho de 2016

O que é forex?


Em primeiro lugar, e talvez a informação mais importante sobre todo o mercado de forex, é a de que não se trata de um investimento cujo lucro seja garantido, pelo contrário: o mercado de Forex é um mercado de altíssimo risco, com grande possibilidade de perda de todo o capital investido. É muito comum que as pessoas fiquem fascinadas com promessas de lucro através de um baixo investimento, principalmente os iniciantes no mercado, mas esta não é a realidade para a grande maioria dos investidores. Isto até pode acontecer, mas é pouco provável. 

Imagine um tipo de investimento onde a liquidez é imediata e você pode ganhar/perder milhares de dólares em questão de segundos: isto é o Forex. Forex é a abreviação comumente utilizada para Foreign Exchange e consiste nas negociações de moedas estrangeiras por investidores e especuladores. Trata-se de um mercado interbancário criado em 1.971. É muito popular no exterior, sendo uma modalidade de investimento em crescimento no mercado brasileiro. A nível mundial, seu crescimento foi exponencial a partir de 2004, com o aparecimento de brokers (corretoras) online. Através destas corretoras, desde que se tenha acesso à internet, é possível estar conectado ao mercado e negociar a qualquer hora, de qualquer local. Para aqueles que já tem um pouco de conhecimento sobre o sistema de investimentos, trata-se de um processo semelhante ao executado através de "home brokers", que permitem ao usuário da conta, total controle sobre os seus investimentos, com autonomia para abrir/fechar negócios de acordo com a sua percepção de oportunidades. Graças ao seu enorme volume e liquidez, hoje é o maior mercado financeiro do mundo. Funciona 24 horas por dia, de segunda à sexta. 



Para facilitar o entendimento de sua estrutura de funcionamento, imagine uma situação em que o dólar americano tem perspectiva de valorização frente ao euro. Um negociador no mercado de Forex, considerando esta situação, comprará dólar (USD) e venderá euros (EUR). Considere, hipoteticamente, outra situação, em que o iene japonês tem tendência de desvalorização em relação ao dólar australiano. Neste cenário, o investidor deverá vender iene (JPY) e comprar o dólar australiano (AUD). 



Desta forma, pode-se perceber que o Forex é negociado em pares de moedas, ou seja, duas a duas, de tal forma que a compra de uma moeda consiste, necessariamente, na venda de outra. É interessante que o conceito fique bem entendido: quando é feita uma negociação no par EUR/USD (Euro em relação ao dólar americano), por exemplo, de compra, o investidor não está comprando euros fisicamente, mas investindo em uma relação monetária de troca entre o euro e o dólar. 



A via de regra, as cotações destes pares de moedas não apresentam oscilações muito bruscas em curto espaço de tempo. Desta forma, fica a dúvida: como é possível ter lucros tão elevados, se nem sempre a volatilidade é tão alta? E como ter lucros tão altos, mesmo com baixo investimento inicial? No final do dia, é comum que estas taxas de câmbio variem em torno de 1%. Como é possível, então, ter um lucro/prejuízo alto em um único dia, sendo que a variação cambial diária é da ordem de 1%?

A resposta para esta questão é a "alavancagem" para negociação, um mecanismo que permite transacionar um valor superior aquele realmente disponível na conta. Esta alavancagem é o que possibilita ao investidor (trader) operações de grandes montantes mesmo com um baixo capital investido. Na maioria das corretoras/brokers, a margem de alavancagem possível é de 100:1, podendo chegar, em alguns casos, a 800:1. No caso de uma alavancagem de 100:1, considerando um depósito de 1.000,00 dólares, por exemplo, é possível que sejam feitas negociações de até 100.000,00 dólares. Este é o motivo que justifica a possibilidade de ganhos tão elevados considerando o investimento relativamente baixo. Entretanto, é sempre bom lembrar que da mesma forma que é possível ter ganhos elevados, as perdas também podem ser vultuosas. 

O uso de alavancagem não está associado ao aumento do lucro, mas ao aumento do risco, tanto de ganho quanto de perda, ou seja, a partir do momento em que se transaciona valores fazendo uso do mecanismo de alavancagem, pode-se ter resultados potencialmente positivos e negativos. Recomenda-se que o investidor não faça uso de alavancagens muito altas, pois este tipo de operação pode causar a perda de todo o capital investido em um curto espaço de tempo. Existem algumas medidas que minimizam o potencial destas perdas, mas não as eliminam completamente. Como exemplo, pode-se citar o uso do "Stop Loss", que funciona como uma espécie de "limitador de perda", através do qual o investidor pode definir, ao abrir uma operação de investimento, o limite que está disposto a perder do seu capital.  Atingido este limite de perda, a operação é fechada automaticamente. Mecanismo semelhante pode ser definido para determinar o lucro que se deseja obter em uma determinada operação. Neste caso, o valor estipulado é chamado de "Take Profit". 

O FOREX é ilegal no Brasil? 

A resposta para esta pergunta é não! No Brasil, não existe legislação que trate especificamente a respeito de operações de FOREX, ou seja, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) não dá respaldo legal aos brasileiros que tenham interesse em investir neste mercado. Entretanto, deixa claro que não há ilegalidade no fato de um brasileiro querer executar um investimento no estrangeiro, da aquisição de um instrumento financeiro até a compra de um imóvel, desde que observadas as normas aplicáveis, inclusive aquelas definidas pelo Banco Central do Brasil. 

Recomenda-se às pessoas que tenham interesse em investir neste mercado que fiquem atentas às legislações existentes em cada região, procurem informações a respeito das corretoras selecionadas e evitem transacionar através de brokers com fraca regulamentação. As principais e mais importantes regulamentações de FOREX estão na Europa e Estados Unidos. 

Conclusão:

O mercado de FOREX não é recomendado para aquelas pessoas que não têm nenhum conhecimento em investimentos financeiros. Por mais que se leia o contrário em alguns sites, trata-se de um investimento cujo fator de risco é muito alto. Além da questão prática e técnica, o perfil psicológico deve ser avaliado antes de iniciar seus investimentos. É pouco provável que se obtenha sucesso como trader se a estrutura psicológica for fraca. 

Existe, sim, a possibilidade de ganhar elevadas quantias de dinheiro em curto espaço de tempo, mas esta mesma potencialidade de lucro existe para a perda. Antes de aplicar qualquer montante neste tipo de investimento, deve-se estudar muito, fazer vários testes, simulações e ter sempre a consciência de que o risco de perda de todo o capital investido é altíssimo. Trata-se de uma ciência bastante complexa, onde a análise gráfica, técnica, Price Action, calendários econômicos e notícias no mercado financeiro devem ser sempre consideradas. 

Nas próximas postagens, serão abordados outros tópicos sobre o forex, como os principais indicadores utilizados na análise técnica, o que é o spread financeiro, como estipular um bom stop loss, o que são expert advisors e quais instrumentos podem ser transacionados através dos brokers de forex. 

Quanto custa tomar um banho?


Em tempos de recessão econômica e crise de desemprego, é de muita utilidade um bom controle orçamentário nas despesas de casa. Em várias situações, os custos existentes não podem ser totalmente evitados, como aquele destinado à moradia e à alimentação, como exemplo. Entretanto, apesar de não poderem ser completamente eliminados, podem ser controlados e, em sua grande maioria, diminuídos. Nesta linha de raciocínio, entra um dos grandes responsáveis pelo consumo de energia elétrica em, praticamente, todas as residências: o chuveiro.



Você sabe quanto custa tomar um banho, considerando apenas o consumo de água e energia elétrica? 

O objetivo deste estudo é demonstrar como calcular o custo de um banho, de forma simples e didática, considerando basicamente o valor cobrado pelo fornecimento de água e energia elétrica, a vazão e a potência elétrica do chuveiro.

O cálculo para o consumo de energia elétrica é muito simples: no chuveiro, de acordo com a temperatura selecionada, existe um número que indica a sua potência, dada em Watts. Por exemplo, para a temperatura de água quente, o comum é que a potência do chuveiro seja de 5.500 watts, ou 5,5 Kilowatts. Na conta de energia elétrica, pode ser identificado o valor cobrado pelo fornecimento de 1 Kilowatt/hora. Para facilitar a ilustração dos cálculos, será tomada como referência a tarifa cobrada pela CEMIG (Companhia de Energia de Minas Gerais), responsável pelo fornecimento de energia elétrica no estado de Minas Gerais, no mês de maio de 2016. No referido mês, a tarifa foi de R$ 0,80034542 por KWh.

Vamos considerar um banho de 15 minutos. Para chegar ao custo de energia elétrica deste banho, o procedimento é o seguinte:

01) 5,5 KW / 60 minutos =  0,09166 KW por minuto. (para saber o consumo de energia por minuto);

02) 0,09166 KW x 15 minutos = 1,3749 KW (Para saber a energia elétrica utilizada durante o banho, considerando um banho de 15 minutos);

03) 1,3749 KW x R$ 0,80034542 = R$ 1,10.

O valor pode parecer pequeno quando considerado como um banho isolado, mas para uma família de 5 pessoas, considerando que cada pessoa tome um banho por dia, este valor corresponde a R$ 165,00 durante um mês de 30 dias. É um valor muito alto. O valor considerado como referência para a taxa cobrada pela companhia fornecedora de energia elétrica é do mês de janeiro de 2016.

Abaixo, segue uma tabela com as simulações para diferentes potências no chuveiro elétrico. 



O valor já é bastante expressivo considerando apenas o consumo de energia elétrica, mas deve ser levado em conta ainda o custo do fornecimento de água. 


Primeiramente, deve-se saber que 1 metro cúbico corresponde a 1.000 litros de água. O custo médio de fornecimento de 1 metro cúbico de água varia de acordo com a região e de acordo com o consumo, pois trata-se de um valor tabelado por faixas. Para efeitos de cálculo, será considerado o consumo médio de 0,60 metros cúbicos de água por hora de chuveiro ligado. Isto corresponde ao consumo de 600 litros de água por hora, ou seja, 10 litros por minuto. O custo de metro cúbico de fornecimento de água, já incluído o valor da taxa de esgoto, será de R$ 6,00 por metro cúbico. Desta forma: 

01) 0,60 m³ / 60 minutos = 0,01 m³ (consumo de água por minuto);

02) 0,01 m³ x 15 minutos = 0,15 m³ (consumo de água para um banho de 15 minutos);

03) 0,15 m³ x R$ 6,00 = R$ 0,90 (valor cobrado pelo fornecimento de água para um banho de 15 minutos).

Somando este valor ao que foi calculado pelo fornecimento de energia elétrica, tem-se um custo de R$ 2,00. Este é um valor muito alto e que deve ser controlado! Abaixo, temos uma tabela com as simulações do custo relativo ao fornecimento de água variando em função do tempo gasto no banho e da taxa de vazão do chuveiro.


Pelos cálculos, considerando uma família de 4 pessoas, cada uma tomando um banho de 10 minutos por dia, temperatura do chuveiro quente e vazão de 0,60 m³ por hora, o custo mensal será de:

R$ 1,33 x 4 pessoas x 30 dias = R$ 159,60.

É importante ressaltar que estes cálculos não se aplicam nos casos de fornecimento através de energia solar, placas fotovoltaicas e fornecimento a gás. O caso estudado é o mais comum na maioria das residências do Brasil, baseado no fornecimento exclusivo à base de energia elétrica. 

Conclusão: 

O objetivo deste estudo não é desencorajar as pessoas da importância do banho! 

O principal objetivo é conscientizar sobre a importância de ter conhecimento dos gastos que estão incluídos no cotidiano. Esta é apenas uma situação de exemplo, mas existem várias outras atividades cuja falta de consciência pode resultar em gastos acima do necessário. Ninguém deve viver em função do dinheiro. Em contrapartida, não se deve desperdiçá-lo por falta de conhecimento. Esta abordagem considera, prioritariamente, a questão financeira, mas não se deve deixar de lado a questão socioambiental, que eleva o estudo para um âmbito muito maior.

Caso tenham interesse em receber esta planilha para simular os cálculos com os valores de fornecimento da sua cidade e a potência do chuveiro de sua residência, basta entrar em contato através do blog. 

E vocês, quanto gastam nos seus banhos? Conseguem se identificar através das tabelas que foram disponibilizadas? Deixe as respostas nos comentários e divulguem esta informação com seus amigos!










quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O que é insalubridade?



Um assunto que gera muitas dúvidas é o relacionado à insalubridade e periculosidade. Trata-se de uma questão bastante complexa, com várias leis e alterações desde a sua criação. Primeiramente, deve-se entender estes dois conceitos, a diferença entre eles, quais leis determinam as suas existências, como identificá-los, como aplicá-los, quais as bases para cálculo dos adicionais, os valores percentuais que deverão incidir sobre a base de cálculo e os aspectos sociais, ou seja, aqueles que terão interferência na vida do trabalhador. 

Em um primeiro momento, faremos entender o que é a insalubridade e como ela pode ser evidenciada, através do que determina a Norma Regulamentadora 15.

01) O que é insalubridade?

De acordo com a NR-15, são consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem:

a) Acima dos limites de tolerância, no caso da exposição ao ruído contínuo, ou intermitente;
b) Acima dos limites de tolerância, no caso da exposição ao ruído de impacto;
c) Acima dos limites de tolerância, no caso da exposição ao agente nocivo calor;
d) Acima dos limites de tolerância, no caso da exposição a radiações ionizantes;
e) Acima dos limites de tolerância, no caso da exposição a agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho; e
f) Acima dos limites de tolerância, no caso da exposição a poeiras minerais;

Estas seis atividades relacionadas acima são referentes, respectivamente, aos anexos 1, 2, 3, 5, 11 e 12 da NR 15. São atividades cuja insalubridade é caracterizada por exceder limites de tolerância
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g) Trabalho sob condições hiperbáricas, conforme anexo 6 da NR 15;
h) Agentes químicos, conforme lista do anexo 13 da NR 15; e
i) Agentes biológicos, conforme indicações do anexo 14 da NR 15.

Nos três casos acima, não há limites de tolerância para exposição: a insalubridade é inerente à atividade, ou seja, todas as pessoas que trabalharem nestas atividades, terão direito ao recebimento do adicional de insalubridade.
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Já para os casos abaixo, a insalubridade é comprovada através de laudos de inspeção do local de trabalho. Nestes casos, a avaliação é feita de forma qualitativa. São as seguintes atividades:

j) Radiações não ionizantes, conforme determina o anexo 7 da NR 15;
k) Vibração, conforme determina o anexo 8 da NR 15;
l) Frio, conforme determina o anexo 9 da NR 15; e
m) Umidade, conforme determina o anexo 10 da NR 15.
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Para entender a diferença entre insalubridade e periculosidade, podemos fazer uma simples comparação. A insalubridade é um fator que "mata" o indivíduo aos poucos. É uma ocorrência gradual, relacionada ou ao tempo de exposição, ou ao nível de concentração do agente agressivo ao qual esteja exposto. Já a periculosidade "mata" o indivíduo de uma vez. Não se trata de um acometimento gradual, mas sim de um risco potencial bastante específico. 

Pode acontecer de um mesmo indivíduo estar simultaneamente exposto a agentes que caracterizem a insalubridade e a periculosidade. Este assunto, bem como as demais explicações sobre insalubridade e periculosidade, serão abordados nas próximas publicações do blog.